Abas/ guias

19 de mar. de 2012

Sou motorista e respeito o ciclista: a campanha está no ar!!!

No último sábado, dia 10 de março, escrevi neste mesmo blog um post intitulado "O fenômeno crowdfunding" com o objetivo de explorar o alcance dessa nova, ou não tão nova assim, modalidade de financiamento colaborativo e que conta com a estrutura tecnológica das redes sociais na web não apenas para expandir-se, mas principalmente para colaborar com interesses dos milhares de empreendedores nos mais diferentes territórios do mundo.

Associei a esta ideia, além disso, uma segunda, que se resumiu a utilizar uma dessas ferramentas de crowdfunding para levantar fundos e implementar um projeto de educação no trânsito, que surgiu com base em uma conversa com minha amiga economista Carolina Tomo após nossa comoção com as tragédias fatais envolvendo ciclistas nas metrópoles brasileiras nos últimos meses.


Surgimento do crowdfunding

A plataforma surgiu nos Estados Unidos em meados dos anos 2000, por meio do lançamento do site ArtistShare, e servia inicialmente às necessidades de financiamento dos mercados fonográfico e cinematográfico, antes mesmo de tornar-se tão conhecida e à serviço de empreendedores sociais e comerciais, a exemplo das startups, e dos próprios grupos de coletivos urbanos que utilizam-na para arrecadar fundos e assim adquirir os recursos necessários para executar os seus projetos.

Somente a partir de 2005, segundo descreve o crowdsite wikipedia, é que a modalidade se popularizou através do termo "micropatronage", lançado pelo web designer Jason Kottke. Ao associar seu uso ao radical patronage – (apoio, patrocínio, doações), que era oferecido por reis e papas, em sociedades monárquicas, a músicos, artistas e escultores para que desenvolvessem suas produções artísticas – Kottke constatou que o fenômeno do financiamento colaborativo, essencialmente composto por diversas fontes de recursos que somente juntas são capazes de formar o todo, é sobremaneira constituído por micro unidades de capital justificando, portanto, o uso do termo.

O conceito só consolidou-se mesmo, contudo, no ano seguinte, já com a expressão que conhecemos nos dias de hoje, crowdfunding, quando o empresário americano Michael Sullivan exprimiu: "Many things are important factors, but funding from the 'crowd' is the base of which all else depends on and is built on. So, crowd funding is an accurate term to help me explain this core element of fundavlog". A partir daí surgiram os mais conhecidos sites americanos do gênero, como Sellaband (2006), SliceThePie (2007), IndieGoGo (2008), Spot.Us (2008), Pledge Music (2009) e Kickstarter (2009).




Brasil completa aniversário de 01 ano da modalidade

No Brasil a modalidade tomou corpo somente no início de 2011, com o lançamento do site brasileiro Catarse, que tinha apenas cinco projetos no ar, à época, como noticiou a Revista Exame em janeiro daquele ano. De acordo com a recente publicação do caderno Link, do Estadão, de janeiro de 2012, após o primeiro aniversário de vida o site já hospedava 278 projetos, 146 dos quais considerados bem sucedidos, como mostra o infográfico ao lado revelado pela própria empresa e publicado no caderno. A partir daí, outras iniciativas como Vakinha, Incentivador, e Movere também surgiram para disseminar o serviço em grande escala no país.


Um, dois, três, AÇÃO!

Surpreendidos com a ferramenta e ao mesmo tempo bastante sensibilizados com a intolerância no trânsito de São Paulo, Carolina e eu decidimos agir. E foi com base na frase genial lançada por ela, "sou motorista e respeito o ciclista", que pensamos, então, confeccionar um lote de milhares de adesivos – 10 mil foi nossa tacada – e distribuir aos condutores de automóveis na cidade de São Paulo durante a próxima Bicicletada (movimento de resistência e conscientização social que incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte), dia 27 de abril, em São Paulo.

Tomado o desafio desde a semana passada, logo nos cadastramos em um desses sites – no caso o Vakinha, que nos pareceu de fácil manuseio – e, em seguida, fomos atrás de alguns orçamentos para identificar a quantia necessária a ser solicitada para a execução do projeto. Enquanto os orçamentos não chegavam, aproveitamos o tempo livre entre atividades profissionais e acadêmicas para procurar desenhos e imagens complementares para compor a arte final dos adesivos estilizados.

Com dois orçamentos já em mãos, depois de várias trocas de e-mail com os fornecedores para ajustes e barganhas, conseguimos definir, por fim, o custo total do projeto em R$ 5.500,00. Como também já possuíamos algumas opções de imagens, só faltava mesmo definir a estratégia da campanha promocional, além dos ajustes finais no site e partir para o lançamento. E assim foi. Pensamos em qual quantia cada uma das pessoas estaria disposta a contribuir e R$ 20 nos pareceu bastante razoável, de modo que 275 pessoas precisariam cooperar para o acúmulo do montante total, um número relativamente baixo e igualmente bom para distribuirmos 4 adesivos em primeira mão para cada uma, restando-nos, ainda, 8.900 para distribuir no evento da Bicicletada. Pronto!


Participem!!!

Agora é hora de participarem e por isso os convido a finalmente visitar a campanha "Sou motorista e respeito o ciclista" (acesse aqui), prontinha e já lançada no ar. Não esqueçam: o poder da pessoa física nas políticas de patrocínio e aporte financeiro a projetos podem mobilizar a sociedade. Seja um elemento de mudança também e mostre o seu respeito no trânsito da cidade. A campanha se encerra dia 09 de abril, por isso, não perca tempo, participe e divulgue para a sua rede. Sua ajuda é muito valiosa para nós! Vou mantê-los informados sobre os resultados.

Grande abraço e obrigado a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário